segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Roteiro das aulas do professor Rui Rocha, do curso de Geografia da Bahia



Por Jeferson Oliveira da Silva

• O relevo da Bahia e sua influência com o clima, a vegetação e as características dos povos que habitam em cada região.

    Viajando do sentido leste para oeste da Bahia, saindo da Planície Litorânea que é banhada pelo Oceano Atlântico até chegar ao pico da Serra do Espinhaço (1800m aproximadamente), observará uma variedade de paisagens e tipos de relevo que influenciam na dinâmica da vegetação, do clima e no cotidiano das pessoas que ocupam os diversificados ecossistemas que caracteriza toda essa biodiversidade.
Na planície Litorânea, por exemplo, os indivíduos são privilegiados por viverem em um clima quente úmido, com a umidade do ar satisfatória para os níveis de poluição, por causa da brisa marítima e das belezas naturais que atraem milhares de turistas o ano todo, beneficiando a economia das cidades praianas. Outras fontes de renda são os plantios de culturas frutíferas, entre as quais, o cacau, uma cultura que difundiu a história de uma das principais cidades da Bahia, a cidade dos São Jorge dos Ilhéus. Outro atrativo econômico é a pesca de mariscos. Essa paisagem é cotada por diversas baias, rios e lagos que deságuam no Oceano, favorecendo as atividades da população ribeirinha.
Adentrando mais ao continente, ultrapassando restingas e manguezais, subiremos e desceremos os Mares de Morro, constituído pela vegetação da Mata Atlântica, habitat natural de várias espécies de fauna e flora, muitos desses ameaçados de extinção. Alguns destes morros podem chegar a 1000m de atitude, o índice pluviométrico é alto, chegando a chover 2000 mm ao ano. O resquício de mata continua sofrendo com a ação humana desde os tempos coloniais com a exploração do Pau Brasil, depois a cana, a produção de cacau e a pecuária, atualmente o que mais preocupa este bioma é a produção da monocultura do eucalipto, que geram conflitos sociais e certos danos ao meio ambiente.

Continuando viagem, subiremos pela região de planalto baiano, tendo com um dos principais o Planalto da Conquista. O clima é predominante semiárido influenciado ainda pelo atlântico e chuvas irregulares. Por se concentrar nas partes mais elevada da paisagem, esta região é também caracterizada pelo frio, principalmente a noite, fazendo a população se agasalhar com roupas mais quentes. A vegetação está em transição entre a mata, o cerrado e a caatinga. A economia nesta região é dinamizada pela agropecuária que dinamiza a cultura do sertanejo. As principais cidades são Vitória da Conquista e Itapetinga. O ponto central desta aula de campo seria a Chapada Diamantina, constituído pelo esplendor das formas de relevo ali existentes, cadeias de montanhas que tem seus picos aplainados, alguns chegando a 1500m de altitude, formando as chapadões. A vegetação transita entre a mata, o cerrado e a caatinga que apesar do clima árido recebe chuvas regulares. Alguns rios importantes da Bahia nascem nas regiões de planalto, devido a altitude, aos divisores de água, a declividade e os lençóis freáticos que compõem a natureza local. O turismo ecológico é uma importante fonte de renda para a população da Chapada, que recebe diariamente também a visita de diversos pesquisadores.
Descendo o planalto chegaremos a Depressão São Franciscana, sub-região marcada pela cultura da seca. Os habitantes vivem um drama para sobreviver neste espaço, e caminham horas para garantir um pouco de água, o gado acaba morrendo e as crianças passam fome. A vegetação é composta por cactos, mandacaru e árvores com pouca presença de folhas, é chamada Caatinga. Segundo alguns estudiosos, o clima seco é dinamizado por picos extremos de altitudes, a leste pelos planaltos e chapadões e a oeste pelo planalto central. Apesar de ser cortada pelo Velho Chico, essa região é caracterizada por duas vertentes no espaço: A questão da agroindústria irrigada dos grandes latifúndios, e a dos pequenos produtores à subsistência, que muitas das vezes se alimentam com as plantas advindas da caatinga. O solo por não sofrer muito com o processo de lixiviação é relativamente fértil, bom para o cultivo de plantas com raízes curtas, entretanto políticas públicas urgentes se faz necessário para o desenvolvimento desta população que precisa de água para sobreviver.
Subindo o planalto a oeste, terminaremos nossa viagem, mas conheceremos a vegetação de Savana (cerrado), caracterizada por arbustos de galhos retorcidos, gramíneas e árvores de pequeno porte. O clima pode ser considerado tropical, com índice pluviométrico bastante alto, cerca de 2000mm ao ano, principalmente no inverno,esta região sofre a influência das massas de ar vindo da Floresta Amazônica a norte e das Cordilheiras dos Andes ao sul. A principal atividade econômica é a pecuária, entretanto na atualidade, verificamos a presença extraordinária do plantio de soja nessa região, que está dando uma enorme mobilidade para os grandes proprietários, que exporta boa parte da sua produção. As cidades mais importantes é a cidade de Barreiras e Luis Eduardo Magalhães, que estão atingindo níveis de vida altíssimos de boa qualidade.
Para finalizar nosso passeio, depois de tanta cultura e diversidade, escalaremos a Serra do Espinhaço, chegaremos ao seu pico e observaremos relaxadamente à paisagem...

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