Por Jeferson Oliveira da Silva
• O relevo da Bahia e
sua influência com o clima, a vegetação e as características dos povos que habitam
em cada região.
Viajando do sentido leste para oeste da
Bahia, saindo da Planície Litorânea que é banhada pelo Oceano Atlântico até
chegar ao pico da Serra do Espinhaço (1800m aproximadamente), observará uma
variedade de paisagens e tipos de relevo que influenciam na dinâmica da
vegetação, do clima e no cotidiano das pessoas que ocupam os diversificados
ecossistemas que caracteriza toda essa biodiversidade.
Na planície Litorânea, por exemplo, os
indivíduos são privilegiados por viverem em um clima quente úmido, com a
umidade do ar satisfatória para os níveis de poluição, por causa da brisa
marítima e das belezas naturais que atraem milhares de turistas o ano todo,
beneficiando a economia das cidades praianas. Outras fontes de renda são os
plantios de culturas frutíferas, entre as quais, o cacau, uma cultura que
difundiu a história de uma das principais cidades da Bahia, a cidade dos São
Jorge dos Ilhéus. Outro atrativo econômico é a pesca de mariscos. Essa paisagem
é cotada por diversas baias, rios e lagos que deságuam no Oceano, favorecendo
as atividades da população ribeirinha.
Adentrando mais ao continente, ultrapassando
restingas e manguezais, subiremos e desceremos os Mares de Morro, constituído
pela vegetação da Mata Atlântica, habitat natural de várias espécies de fauna e
flora, muitos desses ameaçados de extinção. Alguns destes morros podem chegar a
1000m de atitude, o índice pluviométrico é alto, chegando a chover 2000 mm ao
ano. O resquício de mata continua sofrendo com a ação humana desde os tempos
coloniais com a exploração do Pau Brasil, depois a cana, a produção de cacau e
a pecuária, atualmente o que mais preocupa este bioma é a produção da
monocultura do eucalipto, que geram conflitos sociais e certos danos ao meio
ambiente.
Continuando viagem, subiremos pela região de
planalto baiano, tendo com um dos principais o Planalto da Conquista. O clima é
predominante semiárido influenciado ainda pelo atlântico e chuvas irregulares.
Por se concentrar nas partes mais elevada da paisagem, esta região é também
caracterizada pelo frio, principalmente a noite, fazendo a população se
agasalhar com roupas mais quentes. A vegetação está em transição entre a mata,
o cerrado e a caatinga. A economia nesta região é dinamizada pela agropecuária
que dinamiza a cultura do sertanejo. As principais cidades são Vitória da
Conquista e Itapetinga. O ponto central desta aula de campo seria a Chapada
Diamantina, constituído pelo esplendor das formas de relevo ali existentes,
cadeias de montanhas que tem seus picos aplainados, alguns chegando a 1500m de
altitude, formando as chapadões. A vegetação transita entre a mata, o cerrado e
a caatinga que apesar do clima árido recebe chuvas regulares. Alguns rios importantes
da Bahia nascem nas regiões de planalto, devido a altitude, aos divisores de
água, a declividade e os lençóis freáticos que compõem a natureza local. O
turismo ecológico é uma importante fonte de renda para a população da Chapada,
que recebe diariamente também a visita de diversos pesquisadores.
Descendo o planalto chegaremos a Depressão São
Franciscana, sub-região marcada pela cultura da seca. Os habitantes vivem um
drama para sobreviver neste espaço, e caminham horas para garantir um pouco de água,
o gado acaba morrendo e as crianças passam fome. A vegetação é composta por
cactos, mandacaru e árvores com pouca presença de folhas, é chamada Caatinga.
Segundo alguns estudiosos, o clima seco é dinamizado por picos extremos de
altitudes, a leste pelos planaltos e chapadões e a oeste pelo planalto central.
Apesar de ser cortada pelo Velho Chico, essa região é caracterizada por duas
vertentes no espaço: A questão da agroindústria irrigada dos grandes
latifúndios, e a dos pequenos produtores à subsistência, que muitas das vezes
se alimentam com as plantas advindas da caatinga. O solo por não sofrer muito
com o processo de lixiviação é relativamente fértil, bom para o cultivo de
plantas com raízes curtas, entretanto políticas públicas urgentes se faz
necessário para o desenvolvimento desta população que precisa de água para
sobreviver.
Subindo o planalto a oeste, terminaremos nossa
viagem, mas conheceremos a vegetação de Savana (cerrado), caracterizada por
arbustos de galhos retorcidos, gramíneas e árvores de pequeno porte. O clima
pode ser considerado tropical, com índice pluviométrico bastante alto, cerca de
2000mm ao ano, principalmente no inverno,esta região sofre a influência das
massas de ar vindo da Floresta Amazônica a norte e das Cordilheiras dos Andes
ao sul. A principal atividade econômica é a pecuária, entretanto na atualidade,
verificamos a presença extraordinária do plantio de soja nessa região, que está
dando uma enorme mobilidade para os grandes proprietários, que exporta boa
parte da sua produção. As cidades mais importantes é a cidade de Barreiras e
Luis Eduardo Magalhães, que estão atingindo níveis de vida altíssimos de boa
qualidade.
Para finalizar nosso passeio, depois de tanta
cultura e diversidade, escalaremos a Serra do Espinhaço, chegaremos ao seu pico
e observaremos relaxadamente à paisagem...
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