segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Revista de História, 1, 1 (2009), pp. 53-73
http://www.revistahistoria.ufba.br/2009_1/a04.pdf
Na teia da escravidão
trabalho e resistência no Recôncavo baiano
na primeira metade do século XVIII
Daniele Santos de Souza
Mestranda em História
Universidade Federal da Bahia
Resumo:
No Engenho do Conde, no Recôncavo baiano, cerca 66 escravos, entre
eles Domingos Benguela, André Arda, o barqueiro Salvador e o
carpinteiro Paulo crioulo, assassinaram o Capitão João Dorneles em plena
safra de cana-de-açúcar no início de 1718. Foram todos presos na cadeia
da Vila de São Francisco, enquanto os jesuítas, administradores do
engenho, tentavam desesperadamente a soltura dos cativos, que faziam
“grande falta ao dito Engenho”. Anos depois, João Dias, Nicácia e Tereza
pardos, e Perpétua mestiça foram acusados de assassinarem com um
tiro de espingarda o seu ex-senhor José Pereira Sodré. Estas e outras
histórias de conflitos e embates envolvendo escravizados foram
encontradas nos livros de Alvarás e Provisões do Tribunal da Relação da
Bahia. Este trabalho visa perceber a ações de resistência e a
movimentação dos cativos no Recôncavo baiano na primeira metade do
século XVIII, bem como analisar as medidas tomadas pelas autoridades
coloniais no controle e vigilância da farta população escrava existente na
Bahia. Nesse sentido, foram pesquisados os livros do Tribunal da
Relação, onde os alvarás e provisões reais referentes aos processos do
tribunal eram registrados, relacionando-os com as Ordenações Filipinas,
as ordens e provisões régias. Deste modo, pretendo apresentar como
alguns escravizados construíram suas estratégias de resistência no
Recôncavo baiano setecentista.
Palavras-chave:
Recôncavo baiano • escravidão • resistência escrava.


Por: Macieli Oliveira Dos Santos

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